terça-feira, 20 de maio de 2008

CONTO SEMANAL

OS TRÊS PORQUINHOS
(Christiane Angelotti baseado na obra de Joseph Jacobs)

Era uma vez, na época em que os animais falavam, três porquinhos que viviam felizes e despreocupados na casa da mãe.A mãe era óptima, cozinhava, passava e fazia tudo pelos filhos. Porém, dois dos filhos não a ajudavam em nada e o terceiro sofria ao ver a sua mãe trabalhar sem parar.Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse: - Queridos filhos, vocês já estão bem crescidos. Já é hora de terem mais responsabilidades para isso, é bom morarem sozinhos. A mãe então preparou um lanche reforçado para seus filhos e dividiu entre os três suas economias para que pudessem comprar material e construírem uma casa. Estava um bonito dia, ensolarado e brilhante. A mãe porca despediu-se dos seus filhos: - Cuidem-se! Sejam sempre unidos! - desejou a mãe. Os três porquinhos, então, partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar. Cada porquinho queria usar um material diferente. O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo: - Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas. O porquinho mais sábio advertiu: - Uma casa de palha não é nada segura. O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu o seu palpite: - Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar. - Uma casa toda de madeira também não é segura - comentou o mais velho - Como te vais proteger do frio? E se um lobo aparecer, como te vais proteger? - Eu nunca vi um lobo por essas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira para me aquecer! - respondeu o irmão do meio - E tu, o que pretendes fazer, vais brincar connosco depois da construção da casa?
- Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos, que é resistente. Só quando acabar é que poderei brincar. – Respondeu o mais velho. O porquinho mais velho, o trabalhador, pensava na segurança e no conforto do novo lar. Os irmãos mais novos preocupavam-se em não gastar tempo trabalhando. - Não vamos enfrentar nenhum perigo para ter a necessidade de construir uma casa resistente. - Disse um dos preguiçosos. Cada porquinho escolheu um canto da floresta para construir as respectivas casas. Contudo, as casas seriam próximas. O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos construiu sua morada. Já estava descansando quando o irmão do meio, que havia construído a casa de madeira chegou chamando-o para ir ver a sua casa. Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do porquinho mais velho, que construía com tijolos sua morada. - Nossa! Ainda não acabaste! Não está nem na metade! Nós agora vamos almoçar e depois brincar. – disse irônico, o porquinho do meio. O porquinho mais velho porém não ligou para os comentários, nem para as risadinhas, continuou a trabalhar, preparava o cimento e montava as paredes de tijolos. Após três dias de trabalho intenso, a casa de tijolos estava pronta, e era linda! Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos a morar naquela parte da floresta. O Lobo sentiu sua barriga roncar de fome, só pensava em comer os porquinhos. Foi então bater na porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. O porquinho antes de abrir a porta olhou pela janela e ao avistar o lobo começou a tremer de medo. O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo: - Vá embora! Só abrirei a porta para o meu pai, o grande leão! - mentiu o porquinho cheio de medo. - Leão é? Não sabia que leão era pai de porquinho. Abre já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador. O porquinho continuou quieto, tremendo de medo. - Se não abrires por bem, abrirei à força. Eu vou soprar, vou soprar muito forte e a tua casa irá voar. O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. Até que o lobo soprou um a vez e nada aconteceu, soprou novamente e da palha da casinha nada restou, a casa voou pelos ares. O porquinho desesperado correu em direcção à casinha de madeira do seu irmão. O lobo correu atrás. Quando chegou lá, o irmão do meio estava sentado na varanda da casinha. - Corre, corre entra para dentro da casa! O lobo vem aí! – gritou desesperado, correndo o porquinho mais novo. Os dois porquinhos entraram bem a tempo na casa, o lobo chegou logo atrás batendo com força na porta. Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta e disse:- Porquinhos, deixem-me eu entrar só um bocadinho! - De forma alguma Sr. Lobo, vá embora e deixe-nos em paz.- disseram os porquinhos. - Então eu vou soprar e soprar e farei a tua casinha voar. O lobo então furioso e esfomeado, encheu o peito de ar e soprou forte a casinha de madeira que não aguentou e caiu. Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho. A chegarem lá lá pediram ajuda ao mesmo. - Entrem, deixem esse lobo comigo!- disse confiante o porquinho mais velho. Logo o lobo chegou e tornou a atormentá-los: - Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar, é só um pouquinho! - Pode esperar sentado seu lobo mentiroso.- respondeu o porquinho mais velho. - Já que é assim, preparem-se para correr. Essa casa em poucos minutos irá voar! O lobo encheu seus pulmões de ar e soprou a casinha de tijolos que nada sofreu. Soprou novamente mais forte e nada. Resolveu então ir contra a casa na tentativa de derrubá-la. Mas nada abalava a sólida casa. O lobo resolveu então voltar para a sua toca e descansar até o dia seguinte. Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os dois mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora. - Calma , não comemorem ainda! Este lobo é muito esperto, ele não desistirá antes de aprender ruma lição.- Advertiu o porquinho mais velho. No dia seguinte bem cedo o lobo estava de volta à casa de tijolos. Disfarçado de vendedor de frutas. - Quem quer comprar frutas fresquinhas?- gritava o lobo ao aproximar-se da casa de tijolos. Os dois porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho entrou na frente deles e disse: -Nunca passou ninguém aqui para vender fruta. Não é suspeito que na manhã seguinte do aparecimento do lobo, surja um vendedor? Os irmãos acreditaram que era realmente um vendedor, mas resolveram esperar mais um pouco. O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou: - Frutas fresquinhas, quem vai querer? Os porquinhos responderam: - Não, obrigado. O lobo insistiu: Tome peguem três sem pagar nada, é um presente. - Muito obrigado, mas não queremos, temos muitas frutas aqui. O lobo furioso revelou-se: - Abram já a porta, pouparei um de vocês! Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor. De repente ouviram um barulho no tecto. O lobo encostou uma escada e estava a subir no telhado. Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhavam uma sopa de legumes. O lobo atirou-se dentro da chaminé, na intenção de surpreender os porquinhos e entrou pela lareira. Foi quando ele caiu bem dentro do caldeirão de sopa a ferver. ___AUUUUUUU!- Uivou o lobo de dor, saiu a correr em direcção à porta e nunca mais foi visto por aquelas terras. Os três porquinhos, pois, decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que precisavam trabalhar além de descansar e brincar. Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos não aguentou as saudades, foi morar com os filhos.Todos viveram felizes e em harmonia na linda casinha de tijolos.

Nenhum comentário: