OS TRÊS PORQUINHOS
(Christiane Angelotti baseado na obra de Joseph Jacobs)
Era uma vez, na época em que os animais falavam, três porquinhos que viviam felizes e despreocupados na casa da mãe.A mãe era óptima, cozinhava, passava e fazia tudo pelos filhos. Porém, dois dos filhos não a ajudavam em nada e o terceiro sofria ao ver a sua mãe trabalhar sem parar.Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse: - Queridos filhos, vocês já estão bem crescidos. Já é hora de terem mais responsabilidades para isso, é bom morarem sozinhos. A mãe então preparou um lanche reforçado para seus filhos e dividiu entre os três suas economias para que pudessem comprar material e construírem uma casa. Estava um bonito dia, ensolarado e brilhante. A mãe porca despediu-se dos seus filhos: - Cuidem-se! Sejam sempre unidos! - desejou a mãe. Os três porquinhos, então, partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar. Cada porquinho queria usar um material diferente. O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo: - Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas. O porquinho mais sábio advertiu: - Uma casa de palha não é nada segura. O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu o seu palpite: - Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar. - Uma casa toda de madeira também não é segura - comentou o mais velho - Como te vais proteger do frio? E se um lobo aparecer, como te vais proteger? - Eu nunca vi um lobo por essas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira para me aquecer! - respondeu o irmão do meio - E tu, o que pretendes fazer, vais brincar connosco depois da construção da casa?
- Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos, que é resistente. Só quando acabar é que poderei brincar. – Respondeu o mais velho. O porquinho mais velho, o trabalhador, pensava na segurança e no conforto do novo lar. Os irmãos mais novos preocupavam-se em não gastar tempo trabalhando. - Não vamos enfrentar nenhum perigo para ter a necessidade de construir uma casa resistente. - Disse um dos preguiçosos. Cada porquinho escolheu um canto da floresta para construir as respectivas casas. Contudo, as casas seriam próximas. O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos construiu sua morada. Já estava descansando quando o irmão do meio, que havia construído a casa de madeira chegou chamando-o para ir ver a sua casa. Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do porquinho mais velho, que construía com tijolos sua morada. - Nossa! Ainda não acabaste! Não está nem na metade! Nós agora vamos almoçar e depois brincar. – disse irônico, o porquinho do meio. O porquinho mais velho porém não ligou para os comentários, nem para as risadinhas, continuou a trabalhar, preparava o cimento e montava as paredes de tijolos. Após três dias de trabalho intenso, a casa de tijolos estava pronta, e era linda! Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos a morar naquela parte da floresta. O Lobo sentiu sua barriga roncar de fome, só pensava em comer os porquinhos. Foi então bater na porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. O porquinho antes de abrir a porta olhou pela janela e ao avistar o lobo começou a tremer de medo. O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo: - Vá embora! Só abrirei a porta para o meu pai, o grande leão! - mentiu o porquinho cheio de medo. - Leão é? Não sabia que leão era pai de porquinho. Abre já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador. O porquinho continuou quieto, tremendo de medo. - Se não abrires por bem, abrirei à força. Eu vou soprar, vou soprar muito forte e a tua casa irá voar. O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. Até que o lobo soprou um a vez e nada aconteceu, soprou novamente e da palha da casinha nada restou, a casa voou pelos ares. O porquinho desesperado correu em direcção à casinha de madeira do seu irmão. O lobo correu atrás. Quando chegou lá, o irmão do meio estava sentado na varanda da casinha. - Corre, corre entra para dentro da casa! O lobo vem aí! – gritou desesperado, correndo o porquinho mais novo. Os dois porquinhos entraram bem a tempo na casa, o lobo chegou logo atrás batendo com força na porta. Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta e disse:- Porquinhos, deixem-me eu entrar só um bocadinho! - De forma alguma Sr. Lobo, vá embora e deixe-nos em paz.- disseram os porquinhos. - Então eu vou soprar e soprar e farei a tua casinha voar. O lobo então furioso e esfomeado, encheu o peito de ar e soprou forte a casinha de madeira que não aguentou e caiu. Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho. A chegarem lá lá pediram ajuda ao mesmo. - Entrem, deixem esse lobo comigo!- disse confiante o porquinho mais velho. Logo o lobo chegou e tornou a atormentá-los: - Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar, é só um pouquinho! - Pode esperar sentado seu lobo mentiroso.- respondeu o porquinho mais velho. - Já que é assim, preparem-se para correr. Essa casa em poucos minutos irá voar! O lobo encheu seus pulmões de ar e soprou a casinha de tijolos que nada sofreu. Soprou novamente mais forte e nada. Resolveu então ir contra a casa na tentativa de derrubá-la. Mas nada abalava a sólida casa. O lobo resolveu então voltar para a sua toca e descansar até o dia seguinte. Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os dois mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora. - Calma , não comemorem ainda! Este lobo é muito esperto, ele não desistirá antes de aprender ruma lição.- Advertiu o porquinho mais velho. No dia seguinte bem cedo o lobo estava de volta à casa de tijolos. Disfarçado de vendedor de frutas. - Quem quer comprar frutas fresquinhas?- gritava o lobo ao aproximar-se da casa de tijolos. Os dois porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho entrou na frente deles e disse: -Nunca passou ninguém aqui para vender fruta. Não é suspeito que na manhã seguinte do aparecimento do lobo, surja um vendedor? Os irmãos acreditaram que era realmente um vendedor, mas resolveram esperar mais um pouco. O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou: - Frutas fresquinhas, quem vai querer? Os porquinhos responderam: - Não, obrigado. O lobo insistiu: Tome peguem três sem pagar nada, é um presente. - Muito obrigado, mas não queremos, temos muitas frutas aqui. O lobo furioso revelou-se: - Abram já a porta, pouparei um de vocês! Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor. De repente ouviram um barulho no tecto. O lobo encostou uma escada e estava a subir no telhado. Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhavam uma sopa de legumes. O lobo atirou-se dentro da chaminé, na intenção de surpreender os porquinhos e entrou pela lareira. Foi quando ele caiu bem dentro do caldeirão de sopa a ferver. ___AUUUUUUU!- Uivou o lobo de dor, saiu a correr em direcção à porta e nunca mais foi visto por aquelas terras. Os três porquinhos, pois, decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que precisavam trabalhar além de descansar e brincar. Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos não aguentou as saudades, foi morar com os filhos.Todos viveram felizes e em harmonia na linda casinha de tijolos.
terça-feira, 20 de maio de 2008
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